Post #2 Nova Zelândia: Waitomo – cavernas, estalactites e vermes luminosos!

1 Comentário 16.mar, 2015, 18:06

* Fotos por Demetrios Kolovos

Uma lição logo no começo da viagem

Nosso primeiro destino a bordo da Camper Van era Waitomo, uma região famosa por suas cavernas e grutas que abrigam lindas estalactites centenárias além dos Glow worms, literalmente “vermes brilhantes”, que mais pra frente vou explicar o que são. A escolha de Waitomo não foi nada emocional e sim racional, queríamos ir para Rotorua, esse sim um destino bem turístico na Nova Zelândia, mas não queríamos dirigir muito no primeiro dia, para nos adaptarmos a Van com tranquilidade e sem pressa. No meio do caminho entre Auckland e Rotorua tinha Waitomo, bingo.

Mas não foi exatamente as cavernas, os vermes e as estalactites que marcaram nossa passagem pela cidade e sim um acontecimento que se transformou numa lição que levamos a diante na viagem. Vou explicar. Na primeira noite (primeira noite da “trip Nova Zelândia”, primeira noite em uma Camper Van, primeira noite em um Camper site – camping para vans) ainda estávamos meio atrapalhados com a rotina e acabamos jantando cedo e indo dormir também cedo. Quando era quase meia noite acordei com vontade de fazer xixi. A falta de intimidade com o banheiro da Van me levou a procurar pelo banheiro do Camping. Peguei minha lanterna, calcei a papete e lá fui eu. Logo que saí da van, antes mesmo de me localizar, um detalhe me chamou a atenção: o céu! Difícil reunir palavras para explicar, o que posso afirmar é que foi o céu mais estrelado que já vi na minha vida! Voltei do banheiro correndo e acordei o Demetrios, que resmungando e a contra sua vontade, cedeu aos meus pedidos e saiu para ver. Nossa! Demetrios pirou e seu instinto natural foi pensar “vou pegar a câmera para fotografar!”. Aí entra o erro. Eu argumentei “ Essa é só a primeira noite! E ainda vamos passar por uma cidade conhecida por ter um dos céus mais limpos do mundo! Vamos descansar, amanhã você tira as fotos”. Adivinha? Nunca mais vimos nada nem próximo daquele céu.

Já ancorado na Antártida, ouvi ruídos que pareciam de fritura. Pensei: será que até aqui existem chineses fritando pastéis? Eram cristais de água doce congelada que faziam aquele som quando entravam em contato com a água salgada. O efeito visual era belíssimo. Pensei em fotografar, mas falei para mim mesmo: -”Calma, você terá muito tempo para isso…” Nos 367 dias que se seguiram, o fenômeno não se repetiu. Algumas oportunidades são únicas. Amyr Klink

Eu conhecia essa citação do Amyr Klink, mas acredito que aprendemos realmente com nossos erros e não com os erros alheios. Pois bem, o registro daquele céu ficará eternamente em nossas mentes.

IMG_2684
Apesar de não ter sido uma noite tão estrelada quanto a primeira, a segunda noite rendeu sim uma boa foto!

Primeiro Camping Site

Nossa impressão sobre o primeiro Camping Site que ficamos não poderia ter sido melhor. O local era extremamente limpo e organizado, com muitas famílias e casais ocupando todas as áreas comuns de maneira civilizada – dos banheiros até a piscina. Resolvemos testar a churrasqueira no jantar e a experiência foi muito positiva. Levamos tudo que precisávamos para uma ilha com uma grande chapa. Fizemos hambúrgueres temperado acompanhado de salada de folhas e uma cervejinha. Foi muito gostoso! A vista do camping era  bonita, estava um dia ensolarado e ainda acabamos fazendo amizade com um casal de americanos que também viajava o mundo  acompanhando do filho de 6 anos.

20140130_190658Panorama geral do Camping Site
20140130_190707Nossa incrível chapa! Para ligar bastava apertar um botão e ela desligava sozinha.
20140130_193150

Ao final do momento gourmet, limpamos tudo que usamos e deixamos o local impecável, exatamente como encontramos. Assim que funciona em país de primeiro mundo.

Ruakuri Cave

No dia seguinte, depois de uma agradável noite de sono, o primeiro passeio que fizemos foi para uma caverna chamada Ruakuri. Quando lemos que ela contava com uma “entrada espiral inovadora” não entendemos muito bem e nem pesquisamos a respeito. Fomos sem expectativa alguma, apenas a de adentrar uma grande caverna – que já parecia ser legal!

De cara a questão da “entrada espiral inovadora” foi esclarecida e é basicamente isso: para acessar a caverna, descemos uma grande rampa em espiral, toda iluminada de um jeito super moderno. A modernidade não parou por aí, a infraestrutura do local era de impressionar, com muitos portões de ferro que se abriam perante o comando do guia e se fechavam automaticamente, além de corrimões por todo trajeto e um caminho cimentado que permitia o acesso de pessoas com dificuldades de locomoção. Imaginamos que o investimento para tudo aquilo deve ter sido muito alto e que também não deve ter algo parecido em outro local do mundo. Só a infra já nos conquistou!

IMG_1972Rampa em espiral que nos levou ao subterrâneo, dando entrada na caverna.

Mas ok, não estávamos lá pra ver projetos arquitetônicos e sim as estalactites  - lindíssimas por sinal, afinal não podemos comparar um simples arquiteto, por melhor que ele seja, com O grande arquiteto da natureza não é mesmo? Nossa guia foi muito atenciosa e nos explicou todos os detalhes geográficos e históricos da região. Depois de alguns bons minutos de caminhada e um princípio de claustrofobia que não se desenvolveu, chegamos nos famosos Glow worms! De cara nos deparamos com uma região mais escura da caverna, que tinha alguns brilhos na parede. A guia nos pediu para bater palmas e gritar bem alto e promto! A mágica aconteceu! Rapidamente os brilhos foram se multiplicando até tornar a visão completamente linda e surpreendente!

IMG_1974 HDR Waitomo TunelPortões de ferro separam os ambientes. Esquema super moderno e seguro.

IMG_2045 HDR Waitomo Caves2

IMG_2034 HDR Waitomo CavesAqui é a natureza que dá um banho de arquitetura.
IMG_1996Os Glow worms produzem esses fios que, com a umidade do local, ficam parecendo correntes de crochê.

IMG_1988

Resumidamente os Glow worms são uma espécie de verme que ficam iluminados por conta de seus processos digestivos. Chegando perto dá pra enxergar bem a anatomia deles e, apesar de ter toda uma explicação científica, parece coisa de ET! Interessante!

IMG_1984Não é um céu estrelado, mas sim uma parede com vermes reluzentes!

Glow worm Cave

Saindo deste passeio partimos  para o próximo, que tinha como principal atração uma volta de barco dentro de uma gruta, com o teto forrado dos vermezinhos reluzentes. Esse passeio foi todo conduzido por um descendente de Maori e foi nosso primeiro contato com o povo nativo da Nova Zelândia. Foi meio aflitivo entrar no barquinho, já dentro da caverna, com pouquíssima visibilidade. Para terem ideia, o guia conduzia o barco puxando uma corda suspensa com um trajeto definido, pois realmente não tinha iluminação. Infelizmente não pudemos tirar fotos, pegamos uma da internet para ilustrar o que vimos – diga-se de passagem uma visão bem parecida com aquela primeira noite na cidade! O teto da gruta parecia um céu estrelado! Lindíssimo! E pensar que as estrelinhas eram na verdade vermes tornou a experiência super exótica, concordam?

PUBLISHED by Catsmob.comFoto da própria empresa que organiza os passeios. Ela condiz com a realidade!

Waitomo cumpriu muito bem com a sua obrigação de abrir nossa viagem de 20 dias por esse país incrível, a bordo de um trailer! Deu pra sentir como são as estradas na Nova Zelândia (impecáveis), como é a estrutura dos campings (impecável) e que tipo de atrações que nos esperam (exóticas e intensas).

 

Informações gerais

Link da empresa que contratamos o passeio

http://www.waitomo.com/ruakuri-waitomo-combo.aspx

Link do Camping Site que ficamos:

http://www.waitomopark.co.nz/

Sobre o Autor

 Mari Stori

Mari Stori

Mariana Stori é formada em Comunicação Social, área em que atuou durante mais de 12 anos. Atualmente está em um período sabático, junto de seu marido, realizando uma viagem de volta ao redor do mundo.

Veja todos os posts deste Autor

1 Comentário

  1. Sandra 17. março, 2015, 15:49

    Interessante e curioso, ficamos em nosso mundo particalar e não nos esforçamos em viajar pra lugares diferente, fiquei encantada

    Responda este comentário

Escreve um comentário

Seu email não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *


− 3 = 6