Hiroshima 68 anos depois da bomba atômica

13 Comentários 28.dez, 2013, 10:39

Todo mundo me pergunta porque incluímos Hiroshima em nosso roteiro, até mesmo os locais que conversamos nos questionavam “Porque vieram pra cá?!”. Se em Tóquio já era raro encontrarmos ocidentais, imaginem aqui. Para terem idéia partimos em um trem de Quioto que foi fazendo várias paradas e tinha Hiroshima com ponto final. Sabe quantas pessoas chegaram ao ponto final? 2: eu e o Demetrios. Definitivamente não é uma cidade turística.

Bom, vamos ao motivo. Ano passado em nossa viagem pela Tailândia passamos 5 dias em Hanoi, a capital do Vietnã e ficamos muito chocados com a pobreza, falta de infraestrutura e saneamento básico. É gritante como eles não se recuperaram da guerra (se bem que agora eu me questiono: será que antes era tão melhor que agora?). E quando estava devorando o mapa do Japão para decidir nosso roteiro achei Hiroshima. Na mais pura ignorância fiz uma associação: Uau, se o Vietnã está daquele jeito, como será que está Hiroshima?? Para tentar sanar essa dúvida recorri rapidamente ao Google Imagens. Tentem fazer o mesmo. Todas as imagens que aparecem são relacionadas a bomba e eu não encontrei nenhuma imagem atual. Pronto, adorei. Parei de pesquisar e decidi que iríamos ver pessoalmente uma cidade que a mais de 60 anos atrás foi destruída pela primeira bomba nuclear usada no mundo.

Como eu pude pensar que 68 anos não seriam suficientes para os japoneses reerguerem uma cidade? Mas acontece que até então eu não conhecia os japoneses e os subestimei! Depois de 1 semana em Tóquio minha curiosidade por Hiroshima só aguçou, pois somente nesse momento que entendi o que de fato é o Japão e como de fato são os japoneses.

Bom, mas mesmo assim algum resquício eu achei que teria. Mesmo com tanta tecnologia de ponta, com o status de potência econômica e com o título de “país de primeiro mundo”, no final somos todos seres humanos e a dificuldade de superar um abalo emocional desse nível independe de dinheiro e tecnologia. Concordam? Não… não quando estamos falando de Japão. Além de não encontrarmos na cidade uma fragilidade sequer ligada a bomba foi justamente o oposto que nos defrontou: eles encaram o ocorrido como uma lição de vida, um verdadeiro aprendizado. Acreditam?

Fomos da estação de trem até o hotel em um Tram (tipo um bondinho) que cruzou a cidade e nos permitiu ter as primeiras visões de Hiroshima. Tão primeiro mundo quanto Tóquio ou Quioto. A cidade é impecável: limpa, com transporte público eficiente, pessoas educadas e ainda pra completar restaurantes deliciosos.

IMG_8492

Nosso hotel ficava bem em frente ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima, um complexo que abriga diversos tipos de homenagens, esculturas e também o Museu da Paz, considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Uma curiosidade é que a maiora desses monumentos não levam em seus títulos a palavra “bomba”, mas sim “paz”. Esse é o primeiro indício de que não há rancor no ar, pelo contrário, a cidade levantou a bandeira da paz e transformou essa grande e desumana tragédia em aprendizado.

Como choveu no nosso primeiro dia por lá, aproveitamos para andar pela cidade e refinar algumas pesquisas a respeito da Bomba de Hiroshima. É tão mais enriquecedor quando vamos para os passeios alinhados com a história do local, e somente no segundo dia visitamos o Parque. Para ficar mais didático resolvi explicar os pontos que achamos mais interessante na sequência do nosso passeio.

1) Epicentro
O primeiro monumento que vimos foi o do epicentro. Essa escultura está localizada onde a bomba foi lançada, lembrando que a explosão aconteceu a 500 metros do solo. Porque? Por que se ela tivesse caído no chão a terra absorveria grande parte da energia e os estragos seriam muito menores. Cruel. É inevitável não olhar para a cima e fazer um filme na sua cabeça.

20131210_155121

2) Cúpula Genbaku
Eles preservaram o único prédio que não desabou, mesmo estando tão próximo do epicentro. Tiveram duas polêmicas em torno da cúpula, a primeira foi que a própria população questionou se não seria de mau gosto preservá-la, pois traria más lembranças. A segunda foi que a China questionou não somente a preservação, mas também a construção de um Memorial, pois durante a Guerra Sino-Japonesa morreram mais chineses pelas mãos dos japoneses do que morreram japoneses com as bombas nucleares. Mais pra frente vou falar sobre isso. Fato é que o Domo, como eles chamam, está lá intacto e impressionante.

IMG_8467

3) Estátua das crianças
Essa estátua foi construída em homenagem às crianças que morreram, mas especialmente uma chamada Sadako Sasaki. Essa menina tinha 2 anos quando a bomba explodiu e apesar de ter sobrevivido a explosão, acabou falecendo anos depois em decorrência da radiação que absorveu. Enquanto ela estava no hospital uma amiga lhe contou uma lenda que diz que a pessoa que fizer 1.000 tsurus (tradicional origami japonês de uma garça) tem direito a um pedido. Sadako passou então a fazer diariamente dezenas de tsurus para pedir que se curasse e quando morreu já tinha feito 646. A partir de então além de construírem esse monumento, até hoje centenas de crianças e escolas enviam anualmente tsurus que ficam expostos próximo à estátua.

IMG_8219

4) Chama da paz
Essa chama foi acesa em 1964 e só será apagada no dia em que não houver mais nenhuma bomba atômica no mundo. Difícil, não acham? Inclusive no museu eles tem um enorme globo terrestre sinalizando os países que possuem bombas atômicas.

IMG_8253

5) Sino da paz
Esse sino foi doado pela Grécia e tem em sua cúpula a inscrição “Conhece-te a si mesmo” de Sócrates. É uma tradição quem visita o parque tocar o sino. Eles acreditam que o som levará a paz para quem o ouvir.

IMG_8214

5) Museu Memorial da Paz
É difícil sair desse museu sem se abalar. As consequências da bomba são retratadas em fotos, vídeos, textos, objetos, maquetes e cenários em tamanho real. O cenário mais chocante que vimos é a retratação da cena minutos pós bomba, construída a partir do depoimento dos sobreviventes onde 3 pessoas estão perambulando pelas ruas em busca de ajuda. Ao final do próximo parágrafo aposto que vocês irão concluir, assim como eu, que o pior da bomba foi para quem não morreu na hora. Entendam:

Dos 11 hospitais que tinham em Hiroshima, apenas 3 não foram destruídos, mas 90% dos médicos da cidade morreram. Muitas pessoas sobreviveram, pois estavam dentro de suas casas. Além de sobreviverem a explosão, sobreviveram ao desabamento de onde estavam. Mesmo assim as queimaduras foram inevitáveis, os sobreviventes contam que parecia uma cena de filme de zumbis: pessoas com a pele toda derretida, sangrando, com cabelos queimados, andando e gritando pelas ruas com os braços estendidos (talvez para tentar diminuir a dor) em busca de ajuda. No desespero muitos se jogaram no rio que cruza a cidade.

20131210_165037

No museu tem diversos objetos contorcidos, como roupas, uma bicicleta, tijolos e até mesmo pedaços de pele e unhas. Em alguns tijolos era permitido tocar.

20131210_165331

As fotos também são muito chocantes, principalmente as que achamos que eram de pessoas carbonizadas mortas, sendo que na verdade as pessoas estavam vivas.

20131210_165621_20131228203648248

Essa foto abaixo é de um pedaço de uma escada que eles preservaram para expor no museu. Reparem uma marca escura no chão. Eles explicam que na parte escura estava sentada uma pessoa exatamente no momento da explosão. A luz e o calor queimaram tudo ao redor e a pessoa que estava ali, que foi desintegrada, impediu que o calor queimasse esse trecho. Eles chamam isso de “Sombras de Hiroshima“.

20131210_165645

Acredito que todos tenham estudado na escola a história de Hiroshima e a Segunda Guerra Mundial, mas para contextualizar o meu relato a seguir, achei prudente fazer um breve resumo em tópicos para facilitar a leitura:

- O Japão não era santo: na Segunda Guerra Mundial se aliou a Alemanha de Hitler;
- Durante mais de 10 anos tocou o terror na China na chamada guerra Sino-Japonesa onde mais de 300.000 chineses morreram (Japão até hoje não reconhece esse número), daí a China ficar indignada com a construção de um Memorial da Paz, pois paz foi tudo que o Japão não deu pra China;
- Em determinado momento o Estados Unidos alertou o Japão que se ele não parasse de tocar o terror na Ásia, eles iam cortar as relações comerciais, o que prejudicaria muito o Japão que era dependente da importação de petróleo;
- Japão ignorou os alertas e o EUA cortou as relações comerciais, cumprindo o prometido;
- Aí o Japão atacou Pearl Harbor (isso, o filme);
- O Estados Unidos deu mais um sinal de alerta para o Japão: ou vocês param, ou vamos atacar;
- Japão não parou;
- Foi então que o Estados Unidos jogou a bomba em Hiroshima que matou 80 mil pessoas na hora e outras 80 mil nos dias seguintes;
- Mesmo assim Japão não parou;
- Estados Unidos joga bomba em Nagasaki;
- Dias depois o Japão se rendeu o que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.

Eu sei que não passamos tanto tempo em Hiroshima, foram somente 3 dias, mas tivemos a oportunidade de conversar francamente com alguns moradores e minha percepção é que eles encaram as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki como aprendizado. Ouvimos exatamente essa frase de uma local “Nós não éramos santos, aprendemos a lição”. O clima no Memorial da Paz é de que eles erraram, aprenderam a lição e evoluíram ou melhoraram. Na verdade o clima na cidade toda é esse. Talvez essa seja uma das qualidades mais nobres dos japoneses, eles são humildes, admitem seus erros e tentam crescer com o aprendizado. Eu acho isso incrível! E talvez essa seja uma das razões por eles serem a potência que são hoje… não sei, são só minhas impressões.

Quando perguntamos se eles tinham mágoa dos norte americanos a resposta foi que os mais jovens definitivamente não, talvez algumas pessoas que passaram pela guerra, mas conforme eu relatei em outro post, no documentário que assistimos sobre a Bomba de Hiroshima um sobrevivente fala que a maior vingança dele é o perdão. Eles realmente sabem perdoar. Uma bela qualidade!

Detalhes cruéis

Ainda a respeito da bomba, tem alguns detalhes que só tomamos conhecimento aqui. Por exemplo, a tripulação que saiu com a missão de lançar a bomba tinha uma lista de 3 ou 4 cidades alvo e a escolha foi feita de acordo com a que estava com o céu mais limpo naquele dia, para facilitar a localização do alvo.

Quando o avião que lançou a bomba começou a sobrevoar a cidade, as pessoas saíram nas ruas para vê-lo achando que era um avião meteorológico. Isso elevou o número de mortes, pois a maioria dos sobreviventes estavam dentro de suas casas.

Dias depois de lançar a bomba o Estados Unidos enviou uma equipe à Hiroshima para iniciar uma pesquisa sobre os efeitos e alcance, lembrando que até então nenhuma bomba tinha sequer sido testada. Parece que eles ficaram satisfeitos com os resultados, ouvimos isso de um dos responsáveis pelo desenvolvimento dela.

Ainda hoje tanto Japão quanto o Estados Unidos realizam pesquisas com os sobreviventes sobre a radiação nuclear. Muitas pessoas morreram de leucemia anos depois e outros tipos de câncer também. O que mais matou na hora foi o calor da energia gerada, quem estava em um raio de até 5 quilômetros foi completamente desintegrado.

Nossas conclusões

Em nosso último dia na cidade voltamos ao Domo para tirar umas fotos finais. Eu estava em um canto esperando o Demetrios quando duas mulheres me abordaram, super educadas, me perguntando de onde eu era. Contei que era brasileira e estava com meu marido fazendo uma viagem ao redor do mundo.

A primeira pergunta que ela me fez, com uma cara de curiosa, foi o que nós estávamos fazendo em Hiroshima, uma vez que praticamente não há turistas ocidentais (ela acrescentou que nunca tinha conversado com um). Fiz um resumo dos motivos e contei a ela como estávamos encantados com os japoneses, como tínhamos sido bem tratados em todas as cidades e tínhamos elegido o país como o nosso favorito até o momento. A reação dela foi surpreendente! Correu me dar um abraço apertado e ficou me agradecendo um tempão. Quase chorei! Depois disso ficamos meia hora batendo papo e tivemos a oportunidade de tirar algumas dúvidas.

IMG_8487

Uma delas era em relação aos problemas que eles enfrentam no dia a dia, isso nos intrigou desde o começo. Que problemas carrega uma população que tem segurança, saúde e transporte público eficientes, nível de desemprego baixíssimo entre outros? Ela nos respondeu que nos últimos anos tudo piorou um pouco, que antigamente – 10 anos atrás – toda essa infraestrutura era melhor. Também disse que os jovens tem personalidade e caráter diferentes, provavelmente influenciados pela globalização e internet, que eles são mais malvados e briguentos e isso preocupa a população.

Bem, eles estão longe, muito longe, de ter sérios problemas sociais! Podem viver tranquilos mais uns 100 anos, pelo menos essa é a nossa percepção. Uma outra opinião que queria compartilhar, talvez um pouco polêmica e trato de me desculpar caso alguém se sinta ofendido, é que o Japão é um país de primeiro mundo porque nele habitam pessoas de primeiro mundo. O que forma a essência do país é sua população. Se nós somos hoje um país de terceiro mundo é por que nós somos pessoas de terceiro mundo. Tem que fazer por merecer morar num lugar como esse. Nós vivemos em um país que nós, não os políticos, construímos diariamente.

Furar a fila no trânsito e no mercado, andar no acostamento, dar uma sacaneadinha de leve no imposto de renda, levar a barrinha de cereal da empresa pra casa… somos todos corruptos e desonestos. Vejo a pessoa compartilhar no face a foto da comitiva de ex-presidentes para o funeral do Mandela, revoltadíssima! Criticando o excesso de gastos público! Curiosamente eu bem que sei que essa mesma pessoa durante muitos anos agendava reuniões em Joinville “coincidentemente” no mesmo dia da festa de final de ano da empresa. Eu não vejo a menor diferença entre ela e o político corrupto. “Ah, mas é só uma passagem pra Joinville”… “Ah, mas é o funeral do Mandela”.

E quantas, quantas vezes eu via pessoas pedindo recibo pro taxista com valor mais alto, para “ganhar” mais dinheiro da empresa. Cansei de ver isso. E ó, gente pós graduada, com inglês fluente. Ah, um outro exemplo, e as pessoas que passam projetos de amigos na frente dos outros? Acham menos desonestos que os políticos? Gente, quem está no poder é o povo! O povo chegou lá e nada mudou porque, como disse antes, a desonestidade e a corrupção está no nosso sangue.

Desabafos a parte queria encerrar contando que meu coração me mandou para Hiroshima e fiquei muito feliz de ter seguido meus instintos. Não vimos as paisagens mais bonitas, não fizemos os passeios mais interessantes, mas a experiência que adquirimos foi muito melhor que qualquer praia paradisíaca.

Agora tem dois povos que moram no meu coração: os tailandeses e os japoneses. Esquenta meu coração lembrar deles.

Arigatô Japão!

Sobre o Autor

 Mari Stori

Mari Stori

Mariana Stori é formada em Comunicação Social, área em que atuou durante mais de 12 anos. Atualmente está em um período sabático, junto de seu marido, realizando uma viagem de volta ao redor do mundo.

Veja todos os posts deste Autor

13 Comentários

  1. Pereira 11. junho, 2014, 22:37

    Porque o ESTADOS UNIDOS jogou a bomba no país VIETNÃ.

    Responda este comentário
  2. Serginho 08. janeiro, 2014, 2:19

    Sensacional Mari!

    Gosto muito de história e nunca tinha lido relato de uma “pessoa fisica” ter visitado Hiroshima. Vendo, bem de longe, acredito mesmo que os japoneses são sensacionais, construir uma potencia em tão pouco tempo depois de tanta devastação pós-guerra é para um povo extremamente dedicado e comprometido em resolver seus problemas.

    A nota triste que fica é mais uma constatação de que temos o que criamos, o que merecemos. Tristão isso, a realidade dói, mas é a verdade nua e cra :-\

    Responda este comentário
    • Mari Stori AUTOR 08. janeiro, 2014, 8:47

      Oi Serginho! Olha, estamos aprendendo cada coisa nessa viagem, um amigo meu me explicou no face que no Japão tem um conceito/filosofia samurai chamado “Bushido” ou caminho da sabedoria, que os faz reconhecer os erros e respeitar os que os venceram. Foi a partir de Hiroshima que o Japão traçou o caminho de desenvolvimento atual, analisando, aprendendo e adaptando a cultura americana à sua própria. Ele também contou que estudou muito as culturas orientais e nesses países as filosofias de vida, como essa, são mais influentes no comportamento e caráter das pessoas do que as religiões. Mas ó, não podemos desanimar. Eu me senti muito desafiada a ser uma pessoa melhor… nós brincamos assim na viagem: “Precisamos ser pessoas mais Japão e menos China e Brasil”. Vamos fazendo nossa parte né? Influenciando nossa família, filhos e pessoas ao redor, acho que já é um passo. Eu e o Demetrios adoramos saber que você está acompanhando. Obrigada e bjs

      Responda este comentário
  3. Roberto Tereziano 03. janeiro, 2014, 20:19

    Mary, sem explicação pela escolha do tema, mas, ainda no início de minha alfabetização realizei um trabalho escolar sobre a primeira cidade atomizada do mundo. O assunto tem uma ligação com Poços de Caldas, pois foi aqui que praticamente a atividade nuclear começou no Brasil. Há até outra curiosidade, a possibilidade de termos contribuído mesmo com o artefato, pois no período que antecedeu a guerra, material radioativo saía, meio que de forma clandestina, de Poços de Caldas, com desculpa de que era terra para fazer lastro de navios estrangeiros, mas era material radioativo, uma vez que a cidade foi rica sempre em urânio, tório e molibdênio.

    No me trabalho escolar, consegui através de embaixada, muitos documentos, e depoimentos de pessoas vitimadas pelo ”litle boy”. Também, mais tarde, por ser judoca, tive sempre contato com famílias japonesas, o que possibilitou estar sempre falando do assunto. Por último, pode até conhecer um sobrevivente, o mesatenista Dr. Morita, presidente da associação dos sobreviventes no Brasil. Ele era um soldado na região sinistrada. Sobreviveu se não me engano, ao ser lançado dentro d’água, com o deslocamento do ar.
    Depois, temos pessoas de Poços de Caldas na região visitada por vocês, recebo através delas, esporadicamente, alguma publicação de Nagasaki, Hiroshima ou Hamamatsu.
    Seu belo texto foi complemento presencial do que conheço, desde criança, sobre o assunto.
    Era uma manhã normal aquele seis de agosto, uma vez que poucas atividades ligadas à guerra tinham ocorrido nas cidades bombardeadas. O dia amanhecia e as pessoas se preparavam para um dia comum. As crianças saindo para a escola e as donas de casa com seus afazeres diários. Eis que surge o Enola Gray desovando a poderosa bomba, e, a história foi escrita e filmada pelos próprios soldados americanos que sabiam claramente que seria sim um sinistro histórico para toda a humanidade. Curiosamente, seu texto mostrou como o povo milenar buscou aprender com a tragédia, e não foi uma campanha de conscientização a “posteriore”, a consciência foi imediata até para as pessoas mais simples.
    Nunca me esqueci de um depoimento de uma das sobreviventes que usei no meu trabalho escolar. Uma simples dona de casa chamada Toshiko Sayeg, que perdeu em poucos dias treze parentes diretos, e, que dez dias depois do sinistro, encontrou sob os escombros da casa destruída o crâneo da mãe. Disse ela:
    “Com o estigma da bomba que trago em meu corpo, só peço a Deus que o homem nunca mais volte a fazer essa coisa tão terrível, a guerra”.
    Estou segundo encantado suas aventuras. Um grande abraço á ambos. Um grande abraço á vocês. R. Tereziano /P. Caldas-MG.

    Responda este comentário
    • Mari Stori AUTOR 05. janeiro, 2014, 5:33

      Roberto, primeiramente muito obrigada por ter nos escrito e contribuído com informações. Uma coisa surpreendente nessa viagem é que aprendemos muito com os comentários que recebemos no Blog, sempre tem alguém com uma informação nova e nós adoramos essa troca de experiências. Bom, pelo seu relato concluo que Hiroshima também tocou seu coração, não? Abraços e continue nos acompanhando! Mari e Dimi

      Responda este comentário
  4. 01. janeiro, 2014, 15:33

    Parabéns…gostei bastante desse post!
    abçs!

    Responda este comentário
  5. marilena 29. dezembro, 2013, 17:39

    Criamos imagens distorcidas de muitas coisas no decorrer da vida,uma dessas era a que eu tinha dos japoneses,fico muito feliz quando essa imagem ruim se quebra como esta acontecendo através das vivências de vocês;te falei Mari que seus olhos são os nossos para ver esse mundo maravilhoso que existe em todos os lugares do nosso planeta, o ser humano sempre surpreendente e também maravilhoso.bjs

    Responda este comentário
  6. LMN 29. dezembro, 2013, 7:00

    Adorei o post Mari!! Agora estou curiosa para ler o post da China.

    Responda este comentário
  7. rita 28. dezembro, 2013, 16:49

    Voce sempre me fazendo chorar, que emoçao , que deus continue amparando em cada solo que pisarem.
    Mulher como vc escreve bem, parabens

    Responda este comentário
  8. Roberta Couto 28. dezembro, 2013, 16:15

    Vocês dois estão de parabéns! Estou impressionada com o roteiro e com as histórias!! Estou vivendo essa viagem com vocês, na esperança de que a minha vez chegue em breve! Ansiosa pelo próximo relato!!

    Responda este comentário

Escreve um comentário

Seu email não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *


× 7 = 56