Explorando os bairros de Tóquio
Ficamos 10 dias em Tóquio e uma das coisas que mais curtimos fazer foi simplesmente andar pelas ruas observando as pessoas, seus costumes, a arquitetura da cidade e as características dos diferentes bairros. Tentamos neste post traduzir a essência de cada região.
Ginza
Ginza fica próximo ao centro, mas não é o centro propriamente dito de Tóquio. Fazendo uma analogia com São Paulo seria a região dos Jardins. Ruas largas, todas as lojas de grifes, bons restaurantes, cafeterias e gente muito bem vestida circulando freneticamente por todos os lados. Sem querer escolhemos um domingo para passear por Ginza e nesse dia eles fecham as principais ruas para os carros e elas tornam-se grandes calçadões cheio de gente circulando, comendo e comprando. Vejam na foto abaixo, até mesas e cadeiras no meio das ruas eles colocam.
Foi o nosso primeiro dia em Tóquio então estávamos andando boquiabertos, encantados com tudo! No meio desse pólo de moda e luxo encontramos uma rua que apelidei de “inferninho gastronômico”. Apesar da aparência meio trash (lixo) das fachadas, os restaurantes por dentro eram limpos. Foi aí que comemos o nosso primeiro sushi no Japão! Foi uma experiência e tanto, não sabíamos quais peixes estávamos comendo e nessas de querer provar tudo acabei comendo um sushi de ouriço do mar, que não gostei.
Ueno / Asakusa
Ueno é o bairro onde ficamos hospedados. Apesar de ser afastado do centro, achamos que valeu a pena, pois é uma região mais charmosa e muito perto de Asakusa. Asakusa é um bairro tradicional, situado às margens do rio Sumida, e abriga o famoso templo budista Senso-ji. Passamos um dia visitando o templo, acompanhando os rituais budistas (adoramos!) e passeando pelas ruas recheadas de lojas com artesanatos. Aqui você encontrará um pouco do clima do Japão antigo.
Neste bairro também está a Skytree, reconhecida pelo Guiness World (livro de recordes) em 2011 como a torre mais alta do mundo com 634 metros de altura. Os visitantes tem acesso a dois andares: 350 e 450 (metros de altura). É uma vista impressionante! Os maiores prédios da cidade ficam parecendo de brinquedo vistos lá de cima, dando uma sensação que estávamos dentro de um avião. Vale a pena! Para subir no primeiro nível, com 350 metros, você pagará aproximadamente U$20 e se quiser ir até os 450 metros pagará mais U$10.
Shibuya
Shibuya é um bairro central onde tem um famoso cruzamento com letreiros e luminosos que é comparado a Times Square em Nova Iorque. Além desse interessante cenário, lá visitamos também um parque do templo Meiji Jingu. As fotos explicarão melhor do que qualquer palavra que eu use para traduzir a beleza do outono.
Shinjuku
Shinjuku é o bairro mais central de Tóquio e abriga o grande centro comercial e administrativo da cidade. Aquele cenário de letreiros e luminosos também é bastante comum por aqui. Nós fomos dois dias passear por lá e em ambos dias encontramos ruas abarrotadas de gente. Apesar de parecer caótico, todos sabem se comportar muito bem: não se ouve barulhos, gritarias e o clima é super tranquilo. Uma curiosidade é que encontramos pouquíssimos ocidentais em Tóquio, raramente vimos turistas que não fossem do próprio Japão e apesar de sermos minoria gritante, os japoneses são tão discretos que não nos olhavam.
Neste bairro aos domingos os jovens adeptos ao Cosplay (representação de personagens com fantasias) desfilam pelas ruas, em menor quantidade do que imaginávamos, mas suficiente para ser um motivo de visita à região. E eles adoram posar para foto! O pessoal do Cosplay? Não, os japoneses em geral! Diversas vezes estávamos tirando fotos e apareciam jovens pedindo para serem fotografados. Uns fofos!
O melhor do Japão não está em nenhum bairro específico, mas está em todos os lugares: são os japoneses. Viemos em busca de conhecimento de uma cultura muito diferente da nossa e saímos encantados, admirados e fãs. Se tivesse que traduzi-los em uma palavra seria equilíbrio. Mas tem muito mais! Honestidade, cordialidade, simpatia, comprometimento e excelência fazem jus a esse povo maravilhoso.
Seguimos nos perguntando que tipo de problemas a população encara no dia a dia (além dos terremotos) e ficamos com uma percepção (veja, trata-se de nossa opinião) de que eles se angustiam muito quando erram – nós presenciamos situações onde pessoas que estavam nos atendendo cometiam um erro bobo, como por exemplo escrever nosso nome errado, e ficavam muito constrangidos, além do normal.
Vejam um fato, 47% da causa de morte entre jovens japoneses é o suicídio e em 2012 o governo pesquisou e identificou como o principal gatilho o medo de perder o emprego. Detalhe, a taxa de desemprego do país está abaixo de 4,3%. Imaginem se na Europa eles tivessem a mesma reação diante da ameaça de desemprego, metade da população teria se suicidado. Mas a questão é, achamos que eles são muito perfeccionistas e realmente não toleram o erro ou o fracasso.
Que coisa não? Acho que no Brasil o fato de vivermos com medo – de assalto, violência, trânsito, enchentes – minimiza a importância de um erro. Indo um pouco além, um país onde a desonestidade está impregnada em nosso sangue, vamos lá… o que significa um erro ou um fracasso?! Enfim, essa reflexão dá pano pra manga e nós só queremos dividir com vocês nossas experiências!
Arigato!
Primeiramente…que orgulhooooooooooo… de vc ser minha amiga, de ser este ser humano capaz de ver tudo isto porque precisa ser inteligente pra ter este olhar!!! e o melhor, ser capaz de reproduzir tudo isto e desta forma tão simples, cativante e deslumbrante. TE AMO!!!
Quanto ao comportamento dos japoneses sempre comento com uma amiga (japonesa) com uma piada o seguinte: seus primos são todos loucos…. Na verdade o que quero dizer é exatamente o que você retratou no seu post. Pessoas extremamente perfeccionistas que não sabem lidar com erros e defeitos e vivem no 8 ou 80 e simplesmente PIRAM!
beijosssssssss
E aí seu comentário me faz chorar… também te amo Éris e você não imagina o gás que me deu ler seu depoimento. Obrigada pelo carinho viu?
Simplesmente encantada com tudo! Parabéns, Mari e Dimi! bj
Obrigada Ro! Adoramos você tão presente!
Isso só comprova que o equilíbrio é fundamental na vida do ser humano,o exagero seja lá porque for sempre traz o sofrimento.bjs
Tia, realmente o desequilíbrio, seja emocional, espiritual, religioso, é o maior mau de uma sociedade.
Oi, Mari e Demetrius, estou encantado com o que li no seu post, e as fotos estão incríveis! Muitas saudades… Fiquem na paz! Bjs do Tio Luiz
Tio, fico emocionada de saber que você leu e gostou! Aguarde os próximos! Beijos Mari e Dimi
Parabéns pelo preciosismo das informações e relatos. Adorei e concordo com a conclusão que tiveram sobre os jovens. Beijinhos
Obrigada Ingrid! Fico muito feliz de saber que você está acompanhando, de coração. Beijos