Melbourne > Sydney + carro = viagem perfeita!

> Fotos por Demetrios Kolovos

Você pode comprar uma passagem de avião de Melbourne para Sydney por US$65 (só ida, o que dá aproximadamente R$159) e levar 1h voando para chegar ao destino final. MAS, tem um jeito muito mais interessante e divertido de fazer esse trajeto: de carro!

Levamos 3 dias, com 2 pernoites, para ir de Melbourne para Sydney totalizando aproximadamente 1.100 km percorridos. O ideal é fazer em mais dias, com mais paradas para curtir diversos lugares legais, mas nosso roteiro estava apertado e não queríamos abrir mão dessa experiência.

Tem dois caminhos principais que você pode escolher: pela costa ou pelo interior passando pela capital do país, Canberra. Escolhemos a costa! Nas pesquisas vimos que as praias eram muito lindas – comprovado! Abaixo nosso trajeto.

Primeiro Dia – Lakes Entrance

Fizemos check out no hotel em Melbourne e saímos as 8h da manhã – foi o único dia que conseguimos sair assim cedo, depois acabamos furando o planejamento. Neste dia percorremos +/- 320 km até chegar em Lakes Entrance, uma famosa região de lagos que atrai os amantes de barcos, veleiros e afins.

Infelizmente eu que amo dirigir vim para “o mundo” sem carta de motorista. Estourei os pontos da minha carta no Brasil e aproveitei o período fora para regularizar minha situação, então sobrou para o Dimi dirigir o tempo todo em todos os lugares. Ainda bem que ele também adora! E ainda bem que ele morou 7 anos em Londres, pois a mão aqui é inglesa.

Nessa primeira parte do caminho vimos mais o interior que o mar e as paisagens eram lindas. Estradas em excelentes condições, pouco tráfego, som na caixa e céu azul… pronto, assim foi a viagem. Assim como nos Estados Unidos aqui não tem frentista em posto de combustível, cada um abastece seu carro. Na primeira vez é sempre um “perrenguinho”, mas depois vai que vai.

Curtimos cada segundo do dia, ora pulando ao som de Arctic Monkeys, Kings of Leon, Alabama Shakes e Avicii, ora em silêncio total simplesmente contemplando a paisagem… e ainda tínhamos as crises de euforia que nos deixavam tagarelas, querendo tentar explicar um ao outro o sentimento daquele momento.

Ah mas chega de conversa, vocês leitores comentam que nós somos os seus olhos durante a viagem, então vamos agora cumprir nosso papel essencial. Vejam o que vimos:

Lakes Entrance é uma vasta região de lagos, sendo que nós conhecemos apenas o pequeno centro da cidade. Deu tempo de irmos até a praia tirar umas fotos (acima), mas sem curtir o mar, pois assim como na Austrália inteira aqui ventava muito e a água era muito gelada. Caminhamos um pouco ao redor do lago e voltamos para nosso Motel para trabalhar um pouco no Blog. É, parece que foi o Brasil que distorceu o conceito de Motel. Pelo menos até onde vai nosso conhecimento, Motel nos Estados Unidos e aqui na Austrália são hotéis mais baratos em beira de estrada, justamente para servir como um pouso de viajantes.

Enquanto estávamos produzindo os textos e fotos no hotel, nos demos conta que o sol estava se pondo, então pegamos o carro e partimos em busca de um canto legal para tirar fotos. Não foram necessários nem 5 minutos pra achar! Lakes Entrance é toda bela!

Segundo dia – Narooma

No segundo dia acabamos saindo um pouco mais tarde, por volta das 9h e percorremos +/- 370Km. O trajeto foi de Lakes Entrance à Narooma, alternando paisagens de praias, lagos e florestas. Já adianto que no total da viagem vimos 18 cangurus mortos na beira da estrada e nenhum vivo, além de outros bichinhos também mortos. Por conta disso concluímos que a Austrália é na verdade a terra da vaca e da ovelha! Elas estavam por todas as partes, em grandes quantidades, vivinhas da silva. Brincadeiras a parte, passamos por muitas áreas de pasto, por isso as mimosas pelo caminho.

Chegamos um pouco mais tarde que o primeiro dia e como o tempo estava nublado, deixamos para passear pela região no dia seguinte. Foi no restaurante desse hotel que, os pratos eram tão caros que acabamos pedindo um Espaguete a Bolonhesa do menu infantil e a garçonete fez cara feia. :/

Terceiro e último dia – a chegada

Saímos por volta das 9h e fomos passear por Narooma de carro em busca de paisagens. Que lugar liiindo! Entrou pra lista dos lugares que precisamos voltar com mais tempo.

De Narooma fomos para uma praia conhecida por ter a areia branca, uma das mais brancas do mundo inclusive, chamada Hyams Beach em Jervis Bay National Park. E a praia era… tirem suas conclusões vai!

De lá fomos direto pra Sydney sem paradas. Tínhamos horário marcado para entregar o carro, as 18h, e qualquer minuto que passasse pagaríamos multa. Quando estávamos a cerca de 30 minutos da chegada descobrimos que estávamos indo para o lugar errado! Aí corre daqui, desespera de lá, corre corre corre e acabou que chegamos as 18h cravado! E deu tudo certo, como sempre.

Nossa recepção em Sydney foi calorosa e inesquecível! A minha melhor amiga da vida, a Renata (que enquanto escrevi esse post chorei cachoeiras ao ver as primeiras fotos do Felipe, meu sobrinho de alma) foi minha vizinha de casa durante anos. O Marcelo, seu irmão que conviveu toda a infância comigo igualmente, mora em Sydney com sua esposa Luciana. Eles estavam lá nos aguardando de braços abertos! Eu e Demetrios estávamos muito ansiosos por esse momento, por reencontrar amigos e poder papear bastante em português!

Além do carinho, ainda fomos surpreendidos por um Kit Austrália preparado pela Lu: chapéu de caçador tipicamente australiano, água de côco (pra matarmos saudades do Brasil), vegemite (um creme salgado super tradicional por aqui), doces típicos e as melhores cervejas australianas. Ficamos tão emocionados, sabe, a gente fica mais sensível com os amigos e família quando estamos fora do país. Até agora enquanto escrevo fico pasma de pensar em como fomos bem recebidos, não só na chegada, mas durante os 6 dias que passamos junto com eles (é, além de tudo ainda nos acolheram em casa).

Do aeroporto, onde entregamos o carro, fomos direto para Darling Harbour no coração de Sydney, uma região repleta de bares e restaurantes de frente para Baia de Sydney, a Harbour Bridge e o famoso Ópera House. Jantamos no Braza, uma churrascaria brasileira! Comemos muita carne, pão de queijo, couve refogada, arroz, feijão preto.. tiramos a barriga da miséria. Foi perfeito, era tudo o que queríamos. O mundo tem muita coisa boa, mas que nem a comida brasileira, não há!

Fomos dormir exaustos da viagem e tão felizes por estarmos nos sentindo em casa.

E sobre Sydney… no próximo post!

Sobre o Autor

4 Comentários

Escreve um comentário