A tumultuada e pacífica Tóquio
O Japão era o segundo destino da nossa viagem. A princípio seria a Austrália, mas resolvemos passar pela Ásia antes para pegar o outono, estação que deixa parte do continente avermelhado. Saímos de Honolulu, no Havaí, direto para Tóquio em um vôo tranquilo de 8 horas pela Air Japan.
Pousamos em Narita, cidade mais próxima de Tóquio que recebe todos os vôos internacionais e já tem uma infraestrutra pronta para desembocar os turistas direto no centro de Tóquio, com trens e metrô interligados e foi assim que fizemos. Fomos de trem para uma estação que ficava a 10 minutos do nosso hotel, depois pegamos um taxi, pois apesar de ainda ser 16h, nessa época do ano 16h30 já está completamente escuro.
Tóquio
Alucinante, psicodélica, frenética... mas também calma, tranquila e pacífica. Tudo isso é Tóquio!
Esses 40 minutos dentro do trem nos deu uma boa amostra de como é o transporte público no Japão, com vagões extremamente limpos, poltronas confortáveis e saídas sempre pontuais. Essa descrição vale também para o metrô de Tóquio, o mais limpo que já vimos. O metrô de Nova York é maravilhoso, assim como o de Londres e de outras cidades, mas só aqui no Japão você verá um transporte público tão limpo e tão bem preservado. Vimos, por exemplo, em um domingo a noite um senhor limpando as escadas rolantes de uma estação.
Durante os 10 dias que ficamos na capital usamos e abusamos do metrô e nem assim deixamos de nos impressionar até o final com a qualidade do transporte. A forma de pagamento é um pouco diferente do que já tinhamos visto, aqui você paga proporcional a quantidade de estações que vai percorrer. Demoramos um pouco pra entender essa dinâmica, então comprávamos sempre a passagem mais barata e na saída da estação pagávamos uma diferença sem entender o cálculo. Depois que a ficha caiu tudo ficou mais fácil!
Vimos pouco trânsito na cidade, muito provavelmente pelo excelente transporte público e também pelo intenso uso de bicicletas. Tóquio ficou na quarta posição, em 2011, num índice de cidades amigas das bicicletas feito por uma consultoria de Copenhage. Pequenas curiosidades: a mão aqui é inglesa e todos os taxis abrem as portas automaticamente, sempre do lado esquerdo, o lado obrigatório de embarque.
Ficamos hospedados em um bairro um pouco afastado do centro, mas super charmoso e com uma estação de metrô a 500 metros. Temos como estratégia de economia da viagem ficar em hotéis sem café da manhã, que são mais baratos, e com frigobar e microondas, assim podemos fazer algumas refeições no próprio quarto. Quando reservei este hotel vi que os quartos pareciam ser bem pequenos, mas todos tinham essa infraestrutura que gostamos, então fechei. Quando entramos no quarto foi um mix de susto com surpresa. Susto porque pequeno é apelido, ele era minúsculo! E surpresa pela boa distribuição de tudo. Conseguiram encaixar de maneira funcional cama, escrivaninha, área para malas, cozinha com frigobar, forno, microondas, armário e banheiro (com banheira!) em 5 metros quadrados! Eles realmente sabem aproveitar bem os espaços.
Paz no caos
Tóquio é muito diferente do que imaginávamos. Nós encontramos aquela tradicional paisagem noturna das ruas iluminadas com centenas de letreiros, mas a psicodelia para por aí. Apesar de uma multidão compor o cenário e essa mistura de pessoas e luzes parecer o local perfeito para rodar “Se beber não case 4″, o clima é exatamente o oposto: tranquilidade, silêncio, muitas casas de chá, restaurantes e poucos bares e baladas – que com certeza existem, mas não estão escancarados para turistas. Tóquio é muito mais Paris (civilizada) e menos Bangkok (caos).
A limpeza do metrô que comentei acima se estende a toda a cidade. Impressionante! Não se vê um mísero papel na rua, em nenhum canto. Tudo absurdamente limpo. Uma outra coisa que reparamos é que durante os 10 dias que ficamos na cidade, somente 2 vezes ouvimos sirenes, não sabemos se de ambulância, bombeiro ou polícia. Reparamos nisso porque no Havaí ficamos impressionados pelo excesso de barulho de sirenes. A paz aqui reina! Não conseguimos descobrir os maiores problemas da cidade, além dos terremotos é claro, pois é difícil encontrar alguém que fale bem inglês. Viva a mímica!
A cordialidade japonesa
Os japoneses entram numa disputa acirrada com os tailandeses em relação a cordialidade. Nós já falamos sobre como a Tailândia nos conquistou pelas pessoas e aqui em Tóquio tivemos o mesmo sentimento.
Mais de uma vez aconteceu de entrarmos numa loja para pedir uma informação e a pessoa não saber nos ajudar e chamar uma terceira pessoa, que também não sabia e chamava uma quarta e assim ía até acumular umas 6 pessoas e quando a resposta vinha todos comemoravam e ficavam extasiados em conseguir nos ajudar! Parece que quando você pergunta algo à eles é como se tivesse lançando uma missão que eles vão fazer de tudo para cumpri-la. Que povo maravilhoso!
Curiosidades gerais
Achamos que ficaríamos tensos aqui em relação a terremotos e tsunamis, mas foi o contrário. Nos sentimos muito seguros vendo como os japoneses dominam a tecnologia, como toda construção é preparada para esses eventos (inclusive templos milenares são construídos com esse preparo) e como eles são organizados. Claro que se algo acontecer, o risco de uma tragédia é iminente, mas mesmo assim nos sentimos seguros e protegidos.
Grande parte da população usa aquela proteção de boca e nariz no dia a dia. Ouvimos dizer que é por conta da poluição, que vimos de lá de cima do avião, mas não sentimos nenhum efeito tipo alergia durante os dias que ficamos aqui.
* Uma leitora super querida do Blog escreveu nos comentários que no outono é mais comum eles usarem as máscaras para prevenir de possíveis alergias causadas pelo pólen e também quando estão resfriados, em sinal de respeito ao próximo, para não passarem a doença. Obrigada Vivi!
É comum ver mulheres de todas as idades andando nas ruas vestindo Kimonos, traje típico japonês. Elas vão assim aos parques e templos e estão sempre tirando fotos.
O uniforme dos jovens estudantes é bastante conservador: camisa, blazer e gravata para todos, calça social para os homens e saia tipo colegial para as meninas. Dá uma impressão de maior seriedade em relação aos estudos.
A cidade é muito bem preparada para o turismo local e pouco para estrangeiros. Vimos diversas placas com títulos em inglês e todo o resto do conteúdo só em japonês. Outras não tinham nada em inglês! Bom, pelo menos no metrô todas as estações estão escritas também em inglês.
O outono é avermelhado mesmo! As árvores amarelas, laranjas e vermelhas estão por toda a parte e deixam a cidade deslumbrante. Recomendamos: venham no outono!
Muito bom
Q shiw!
Oi Mariana,
Gostaria de fazer uma ressalva em relação ao comentário das máscaras utilizadas no Japão.
Elas são usadas em duas ocasiões:
1. Como vc foi no Outono, eles utilizam as máscaras para prevenir possíveis alergias, pois há muito pólen no ar durante o Outono.
2. Por serem muito respeitosos com o próximo…se estão resfriados eles utilizam as máscaras para que a doença não seja transmitida para o outro, por isso espirrar em público sem máscara ou sem um lenço para proteger é considerado falta de educação.
Oi Viviane, muito muito obrigada por nos enviar essas informações! Vou acrescentar no post, adoramos saber! Abs Mari e Dimi
Lindas fotos!! Saudade de vcs!!
Obrigada Dani!!
Não tinha a mínima vontade de conhecer Tokyo até ler o post. Parece bem legal mesmo!
Vi, estou escrevendo outro post contando um pouco sobre cada bairro. Uma outra coisa interessante é a moda deles… eles são muito fashion, estilosos, homens e mulheres se vestem incrivelmente bem. NYC que se cuide! hehehe e tem mais coisas legais… superou nossas expectativas e deu vontade de voltar no futuro. Bj